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“Nem Fui Ao Dentista, Resolvi a Dor em Casa”

“Imagina pagar consulta para dentista dar receita…”

Lembro até hoje, na graduação de Odontologia, quando toda a minha sala ficou desconcertada ao ouvir de um professor – conhecido por sua rigidez e aspereza – que iríamos nos formar e não seríamos nada.

Ele dizia que só depois de uns 5 anos de formados é que começaríamos, de fato, a nos tornar dentistas.

Na época, a frase soou dura. Hoje, soa real.

Tão real que ele acabou sendo escolhido como paraninfo da nossa turma. A mensagem fez sentido a tempo, e conseguimos reconhecer o valor por trás da provocação.

Essa lembrança voltou com força durante uma anamnese recente, em mais um caso de abscesso.
E, como tantas outras vezes, ouvi aquele mesmo relato familiar:

“Nem fui no dentista, resolvi a dor em casa.”

Ou seja, automedicação — e a falsa ideia de que o problema havia sido resolvido.

A dor sumiu… mas e o problema?

Esse tipo de situação está cada vez mais comum no nosso dia a dia clínico.

Antes de procurar o dentista (leia-se: você), e pagar de forma justa por uma consulta com um profissional ético, bem formado e responsável… muitos pacientes optam por atalhos.

Eles perguntam para a IA da moda.
Ou, pior ainda, seguem orientações de um influencer que tem zero base clínica, mas que parece confiável graças a milhões de curtidas e comentários.

E o que acontece?

A dor intensa da pulpite desaparece.
O paciente acredita que está curado.
Mas por trás da calmaria, temos o que?

Necrose pulpar silenciosa — que pode evoluir para um processo agudo ou, tão preocupante quanto, para uma infecção crônica assintomática.

O papel clínico vai muito além da técnica

Esses casos servem como lembrete claro: o nosso papel vai além do tratamento.
Somos também educadores. Referências.
Fontes confiáveis de informação em saúde.

E com isso vem a nossa autoresponsabilidade.

Responsabilidade de buscar boas fontes.
E, mais do que isso, de sermos a fonte.

Claro… nem todos vão ouvir.

E tudo bem.

Como me disse um dos meus irmãos, dias atrás:

“A educação só educa quem quer ser educado.
Quem educa quem não quer ser educado… é a vida.” – André Signoretti andresignoretti.com

Reflita. E se fizer sentido… compartilhe.

Deixo aqui esse insight para você refletir.
E, se tocar algum ponto aí dentro, compartilhe com seus colegas. Ou com aquele grupo clínico em que você confia.

Essa é uma conversa que precisa ecoar.

Vamos nessa?

Fernanda Signoretti, PhD
Endolovers

PS: Em resumo ‘resumido’, espia esse vídeo aqui: Endolovers no Youtube

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