placa de petri mostrando teste de sensibilidade antibiotica

A resistência aos antibióticos cresceu 40%. O dentista tem papel nisso?

Entre 2018 e 2023, a resistência a antibióticos aumentou em mais de 40% das combinações monitoradas entre microrganismos e medicamentos, segundo o mais recente relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em outras palavras: quase metade dos principais pares “bactéria + antibiótico” do planeta estão se tornando ineficazes.
Isso significa que, a cada ano, cresce o número de pacientes cujas infecções não respondem mais aos tratamentos disponíveis – e parte dessa escalada silenciosa nasce também dentro dos consultórios odontológicos.


A nova emergência sanitária global

A Organização Mundial da Saúde (OMS) acaba de divulgar o Relatório Global de Vigilância da Resistência aos Antibióticos 2025 (GLASS).
Os dados mostram que a resistência a antibióticos essenciais está aumentando rapidamente – e que o uso inadequado, inclusive na odontologia, está alimentando esse colapso silencioso.


O que é resistência antimicrobiana – e por que a OMS está em alerta máximo

A resistência antimicrobiana (AMR) ocorre quando bactérias, vírus, fungos e parasitas mudam ao longo do tempo e deixam de responder aos medicamentos.
Isso torna infecções simples em ameaças sérias — ou até impossíveis de tratar.

A consequência?

  • Infecções antes simples se tornam potencialmente fatais.
  • Procedimentos rotineiros podem passar a representar risco.
  • Antibióticos de “reserva” – caros, tóxicos e escassos – viram a última esperança.

Segundo o novo relatório da OMS, cerca de 1 em cada 6 infecções confirmadas em laboratório já é causada por bactérias resistentes a antibióticos comuns.


Os microrganismos que mais preocupam

O relatório analisou dados de mais de 23 milhões de infecções em 104 países.
Veja alguns destaques:

  • E. coli e Klebsiella pneumoniae resistentes já representam quase metade das infecções de corrente sanguínea.
  • A resistência a carbapenêmicos chega a 54% nos casos de Acinetobacter spp.
  • Infecções urinárias causadas por E. coli e Klebsiella ultrapassam 30% de resistência a múltiplos antibióticos.

Regiões como Sudeste Asiático, África e América Latina são as mais atingidas — reflexo de sistemas frágeis e uso empírico sem suporte diagnóstico.


E onde entra o dentista nessa história?

Simples: o dentista também prescreve antibióticos.
E, muitas vezes, de forma incorreta.

Entre os erros mais comuns:

Essas práticas, apesar de comuns, alimentam diretamente a resistência microbiana.

“A falta de critério ao prescrever pode ser o elo invisível entre um procedimento odontológico e uma infecção hospitalar intratável.”
– Fernanda Signoretti, Endolovers®


Quando, afinal, o antibiótico é indicado na odontologia?

Prescrever com segurança significa seguir evidência científica e bom senso clínico.

Indicações reais:

  • Infecções com sinais sistêmicos
  • Abscessos disseminados
  • Pacientes imunocomprometidos
  • Risco elevado de bacteremia em condições pontuais

Evite antibioticoterapia quando:

  • A dor é inflamatória, sem infecção ativa
  • A drenagem ou o acesso resolvem o quadro
  • Você está apenas tentando “acalmar” o paciente (ou a si mesmo)

Resistência e desigualdade: o colapso duplo

Em muitos países, especialmente de baixa renda, a resistência anda lado a lado com a falta de acesso aos antibióticos certos.
O que a OMS chama de “sindemia”: infecção + resistência + desigualdade social.


Você é parte do problema – ou da solução?

Sim, você pode continuar atendendo com excelência sem cair no erro da prescrição automática.
Você pode ser parte da solução – ajustando sua conduta e educando colegas e pacientes.


Próximo passo?

Se você quer:

✅ Saber, com segurança, o que, quando e como prescrever
✅ Entender a fundo os mecanismos da dor e da infecção
✅ Parar de seguir “receitas de bolo” e prescrever sabendo exatamente o que está fazendo

Busque fontes seguras que possam realmente te trazer mais segurança para lidar com casos de abscesso no consultório.

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