Cárie Profunda: Como Saber Se Vai Dar Canal?

Seu paciente está sentado na cadeira na sua frente e você olha para a radiografia com aquela cárie muito próxima do canal.
E aí, deu canal?

Tomar a decisão correta é fundamental para evitar falhas, preservar a vitalidade pulpar sempre que possível e garantir segurança para o paciente. A seguir, compartilhamos um passo a passo decisivo para conduzir esses casos com excelência.

Passo 1: Avaliação da Resposta Pulpar ao Frio

O primeiro e mais importante passo é identificar o estado pulpar por meio do teste de sensibilidade ao frio.

Como interpretar o teste:

  • Resposta exacerbada, mas que passa rapidamente → Indica pulpite reversível → Tratamento conservador ainda é viável.
  • Dor persistente após a remoção do estímulo → Indica pulpite irreversível → Indicação imediata de tratamento endodôntico.

⚠️ Atenção: em molares e pré-molares, cada canal pode ter uma condição pulpar distinta. Avalie criteriosamente.


Passo 2: Analisar a Distância Entre Cárie e Câmara Pulpar

A escolha do exame radiográfico faz toda a diferença!

Radiografia ideal:
Interproximal — proporciona melhor definição da distância entre a lesão e a câmara pulpar.

Radiografias menos indicadas:
❌ Periapical.
❌ Panorâmica.

➡️ Se a radiografia indicar que, após a remoção do tecido cariado, a espessura de dentina será muito fina ou limítrofe, é fundamental seguir para o terceiro passo antes de definir a conduta.


Passo 3: Remover o Tecido Cariado com o Paciente Pré-Avisado

Neste momento, a comunicação com o paciente é essencial. Explique previamente a possibilidade de exposição pulpar durante a remoção do tecido cariado.

Cenário 1: Exposição pulpar
➡️ Em dentes com desenvolvimento radicular completo, a exposição já indica a necessidade de tratamento endodôntico.
➡️ Como o paciente foi previamente orientado, o atendimento ocorre de forma mais tranquila e eficiente, podendo-se já realizar o tratamento de urgência endodôntica.

Cenário 2: Não há exposição
➡️ Mesmo com resultado favorável no teste de sensibilidade, por se tratar de um caso limítrofe, o ideal é agendar reavaliações periódicas para monitorar a saúde pulpar.


Conclusão: Decisão Baseada em Critérios Técnicos e Comunicação Clara

Em casos de cárie profunda, a conduta não deve ser automática. Seguir estes três passos garante uma abordagem:

✅ Técnica.
✅ Segura.
✅ Alinhada com o bem-estar e a expectativa do paciente.

Como clínico, sua habilidade em comunicar riscos e benefícios, aliada à avaliação criteriosa, é o que faz a diferença entre uma intervenção bem-sucedida e uma complicação futura.

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3 responses to “Cárie Profunda: Como Saber Se Vai Dar Canal?”

  1. JEYSA DOMINGUES SANTOS Avatar
    JEYSA DOMINGUES SANTOS

    Conteúdo maravilhoso.

  2. JEYSA DOMINGUES SANTOS Avatar
    JEYSA DOMINGUES SANTOS

    Quero fazer parte do grupo VIP.

    1. Fernanda Signoretti Avatar

      Olá, Jeysa, tudo bem? Obrigada pelo feedback sobre o conteúdo. Para fazer parte da Endolovers VIP List, basta clicar no link a seguir e se cadastrar gratuitamente: endolovers.com/vip-list

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